Franco Terranova
Fundador da memorável Petite Galerie, a primeira galeria de arte moderna no Brasil, que funcionou de 1954 a 1988 no Rio de Janeiro, o eterno marchand lança seu novo livro de poesia, Carma Carnadura
Carma Carnadura reúne poemas de Franco Terranova, com impressões suas feitas a partir de passeios pela Europa ou pelo bairro de Ipanema, onde reside desde os anos 1950, até retratos íntimos sobre o processo de amadurecimento, evidenciados no ensaio em preto e branco feito pelo filho do poeta, Marco Terranova, que ilustra a capa e o miolo do livro.
O tempo, elemento perene na obra de Franco, é soberano nas páginas de Carma Carnadura; sua influência nas relações humanas, na percepção dos afetos e, também, as marcas físicas por ele deixadas. A construção dos poemas concretos, sem vírgulas ou pontos finais, torna a leitura uma experiência de tirar o fôlego, emocionante e profunda. Dor, amor, ódio e outros sentimentos cadenciam o texto do poeta, que adquire certa crueza conforme Franco expõe, com lucidez e liricismo, os percalços que envolveram sua trajetória, como artista, marchand, e, sempre, humano.
Além do ensaio de Marco Terranova, o livro conta também com a reunião de alguns textos do poeta publicados em seus cinquenta anos de carreira, em sua maioria esgotados, numa edição luxuosa que agrada tanto aficcionados por artes plásticas quanto por poesia.